O ano é 1945, o já famoso escritor Jorge Amado, publica diariamente sua coluna Conversa Matutina nos jornais paulistas e o assunto não poderia ser outro, a II Guerra Mundial. Mas, naquela manhã, ele usou uma das 5 linguagens do amor no seu ambiente de trabalho, para se declarar àquela que seria sua companheira por toda vida, a escritora Zélia Gatai.
A crônica (ou declaração) falava de Iemanjá, mas todos de seu círculo de amizades sabiam que eram para uma leitora muito especial, Zélia, a aniversariante do dia da publicação. E, durante os cinquenta e seis anos de casamento, que ela partilhou com o Jorge Amado, inúmeros bilhetes foram trocados, colocados em espelhos e em bolsos das roupas; cartas foram enviadas e citações em meio às histórias dos livros, além de viagens surpresas e buquês de flores que chegavam inesperadamente.
O amor e suas linguagens
À sua maneira, tanto Zélia como Jorge sabiam como usar as linguagens do amor, citadas nos livros do conselheiro de relacionamentos, Gary Chapman, que são “As 5 linguagens do amor” e “As 5 linguagens de valorização pessoal no ambiente de trabalho”, ambos lançados no Brasil, em meados de 2012.
Nessas obras, o autor associa o amor à valorização das pessoas, ou seja, se eu amo, essa pessoa é especial para mim e quero ser especial para ela.
No entanto, não é tão romântico ou ocorre naturalmente, é preciso estar atento aos detalhes de comportamento, tanto o próprio como da outra pessoa. O mesmo vale para as relações no ambiente de trabalho.
As “moedas de troca” das relações
É redundante falar que “cada ser é único”. Isso é fato e, também o é a forma que cada um reage a determinadas situações e a alguns padrões de incentivo.
São justamente esses padrões de incentivo que irão criar as “moedas de trocas”, que podem ser positivas, quando associadas a outros comportamentos.
Entre os incentivos propostos por Chapman estão: “Palavras de Afirmação, Tempo de Qualidade, Presentes, Toque Físico e Atos de Serviço”. E, cada ser tem a sua forma de lidar com esses incentivos, seja nos relacionamentos pessoais ou no ambiente de trabalho.
Elogios e palavras que mudam o dia
A famosa frase “era isso que eu queria ouvir”, normalmente vem após um elogio ou incentivo. É dessa forma que podemos entender “As palavras de afirmação”.
As palavras são apenas parte do nosso sistema de comunicação. A mensagem total é passada para o ouvinte por meio do tom de voz, gestos, olhar, entre outros detalhes.
Por isso, a empatia é essencial. Elogiar por elogiar não terá efeito algum para a pessoa que recebe, pois logo perceberá a falta de sinceridade e, o resultado será o oposto do desejado.
Tempo é preferência?
Algumas pessoas valorizam e se sentem valorizadas quando recebem atenção ou quando são acompanhadas em suas ações ou trabalhos. É o “Tempo de Qualidade”
Assim, estar junto com ela fará toda a diferença no relacionamento e na execução de tarefas. Aqui, ao contrário das palavras afirmativas, é o ouvir que importa e, este, deve ser atento, sem interferências de celulares, programas de televisão ou outras distrações.
Presentes para se sentir presente
Antigas culturas como a árabe, chinesa e várias nações indígenas pelo mundo, quando vão visitar alguém, levam um presente, que sempre tem o significado de gratidão e reconhecimento ao anfitrião.
Certas pessoas sentem-se gratificadas quando recebem presentes que possam ser tocados e que, invariavelmente, tornam-se símbolos de momentos felizes, de encontros, de viagens etc.
Um detalhe interessante, para a maioria dessas pessoas, o valor do presente não importa. Era o que fazia Jorge Amado, sem datas comemorativas ou motivos específicos enviava ramalhetes ou mimos para Zélia Gatai.
O pode do toque
O corpo humano tem cerca de 5 milhões de receptores de toque sob a pele, só isso já é um forte argumento do poder do “Toque Físico”.
Nos livros de Gary Chapman, são citadas pesquisas na área pediátrica que demonstram que bebês que são acariciados, beijados e abraçados desenvolvem uma vida emocional mais saudável que os que recebem contato físico mais esporádico.
No entanto, Chapman, quando fala em ambiente de trabalho, cita como toque físico os apertos de mão, toques de mão e talvez até um tapinha nas costas. Aqui, o que para algumas pessoas é recompensador, para outras pode sugerir assédio.
Em que posso ajudar?
Essa frase, que indica disposição e atenção à outra pessoa, é o que o autor chama de “Atos de Serviço” e que, muitas empresas estampam em camisetas e crachás de seus colaboradores.
Esses atos também são ações simples como ajudar a carregar uma sacola, se oferecer para fazer alguma atividade, consertar coisas ou dividir tarefas com um colaborador que está muito ocupado.
Assim como as demais características, os “Atos de Serviço” também precisam vir acompanhados de empatia, de sinceridade, pois, de outra forma, serão notados como falsos ou oportunistas.
De acordo com Chapman, cada um de nós tem a sua linguagem preferida. No entanto, não só para líderes e gestores, é importante ampliarmos nosso repertório e sensibilidade para perceber quando é a hora de motivar e apreciar equipes, amigos e familiares e criar um ambiente saudável para todos
Texto escrito por Betto Alves
É jornalista, publicitário, especialista em Marketing Digital. Experiência em gestão e consultoria de projetos de comunicação offline e digital. Atua como professor na Esamc Campinas, nos cursos de graduação e MBA da instituição, nos eixos de negócios, comunicação e audiovisual. Especialista em desenvolvimento de treinamentos presenciais e em plataformas EAD. Ministrou palestras motivacionais para líderes e colaboradores em várias empresas, com foco Gestão de Pessoas, Marketing Digital, Reprogramação de Hábitos, Gerenciamento de Crise, Maximizar Resultados e Otimizar processos, dentre outras práticas pertinentes ao universo corporativo. Produtor de eventos com foco em Marketing e Empreendedorismo e Marketing Social. Atuação em grandes emissoras de TV locais, e nacionais, como Produtor Executivo, Redator, locutor, Repórter e Apresentador; Editor-Chefe e Diretor de Programas Ao Vivo. Concepção de programação para WebTV. No segmento impresso, atuou como repórter e jornalista. É professor do IBDEC desde de 2018, na área de Marketing Digital.
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