O Brasil vem vivendo um cenário cada vez mais desafiador na questão da saúde mental, desde o surgimento da pandemia. Além das empresas terem que se reinventar para se manter no mercado, elas precisam alinhar os benefícios corporativos de bem-estar e de saúde mental.

Pensando no Brasil, o cenário da pandemia é especialmente mais desafiador, temos o quinto maior índice mundial de depressão: 5,8%. Entre 2003 e 2019, houve um aumento de 34,2% no número de casos, e a pandemia fez esse índice crescer ainda mais. Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro identificou um aumento de 80% nos casos de estresse e ansiedade desde que a covid-19 se espalhou pelo Brasil e pelo mundo.

Empresas de diversas áreas têm discutido essas questões abertamente com seus colaboradores e com a sociedade. Não existe um livro de receitas que permita lidar com todas as particularidades dos indivíduos e dos contextos, mas uma coisa é certa: achar o equilíbrio entre acolher quem sofre com transtornos de saúde mental e prevenir quem pode vir a sofrer, é o essencial.

Um ambiente de trabalho acolhedor e inclusivo traz enormes benefícios para empresas e colaboradores, enriquece a experiência em todos os níveis e é capaz de gerar importantes resultados. Esse acolhimento inclui também desmistificar o tabu em torno do tempo e mostrar-lhe que sofrer com depressão, ansiedade generalizada ou outros transtornos é algo aceitável, que faz parte da vida de muitas pessoas.

As lideranças podem ter um papel fundamental para começar a conversa sobre o tema através da suas próprias experiências e vulnerabilidades. Poder falar aberta e livremente sem medo de punição ou de ser ridicularizado cria tomadas de decisão melhores e propicia boas relações interpessoais dentro de grupos.