É inacreditável a capacidade de adaptação do ser humano. Há poucos meses todos estávamos assustados por sermos obrigados a fazer o distanciamento social, agora com a flexibilização começando, os novos comentários são sobre a Síndrome da Cabana.

Para quem ainda não ouviu a respeito, os psicólogos afirmam que é um comportamento normal quando se é obrigado a distanciar-se da realidade por um longo período, ou seja, a pessoa refuta ou tem medo de sair de sua casa que, para ela, neste momento, representa a segurança.

Aqui nesta cabana está muito confortável

Esse sentimento de angústia ao precisar sair de casa, decorre do sensação de segurança gerada pelo isolamento, enquanto “lá fora” a pandemia foi se agravando.

Esse comportamento, que é chamado de Síndrome da Cabana (Cabin Fever), foi relatado nos anos 1900, durante a corrida do ouro, nos estados do norte dos Estados Unidos, onde os mineiros e garimpeiros ficavam isolados por mais de três meses, durante o rígido inverno daquela região.

Para quem não imagina ou quer ter uma ideia de como é ficar isolado pela neve, como os garimpeiros, indico o filme “O iluminado” (1980), uma obra-prima de Stanley Kubrick, com interpretação magistral de Jack Nickolson.

A Sociedade Italiana de Psiquiatria, estimou que mais de um milhão de italianos sofreram transtornos em razão da Síndrome da Cabana, por aqui, ainda não temos estudos abordando esse tema.

 A nova mudança de vida

Passados os momentos mais críticos, é hora de sair e retomar a vida e, para muitos isso significa outra mudança de vida, pois, com o isolamento já se transformou em seu “normal diário”.

E, como sabemos, mudar sempre assusta, ainda mais, quando temos um ambiente aparentemente inseguro e a vacina salvadora ainda está em desenvolvimento.

A limitada zona de conforto

Lendo os relatos sobre a Síndrome da Cabana, me ocorreu a ideia de fazer uma analogia com a famosa “zona de conforto”, aquele lugar aconchegante de nosso comportamento, onde tudo está em seu perfeito lugar.

A pessoa quando chega e estaciona em uma zona de conforto desfruta sempre de bons resultados, obviamente, fazendo sempre do mesmo jeito as mesmas coisas e, com isso, tranquiliza-se na falsa sensação de segurança e de competência.

Muitas vezes, esses resultados não são tão bons, mas, ela se acostumou com a situação, como aquela famosa frase popular: “Tá ruim, mas, tá bom!”.

E, sem perceber que não está evoluindo, nem profissional e nem pessoalmente, ela se deixa envolver pela falta de motivação, irritação por qualquer motivo, críticas exageradas para si e para os outros, desculpas e justificativas infindáveis.

O resultado disso é a estagnação da vida profissional e pessoal. É quando começam (ou deveriam começar) aquelas perguntas clássicas: O que estou fazendo aqui? Será que esse trabalho é relevante? Será que estou conectado a esse trabalho ainda?

É hora de entrar no “modo Ação”

A primeira coisa a fazer quando percebe que a sua vida “é uma jangada solta na calmaria do mar” é reconhecer os seus limites.

Sim, não dá pra sair de sua zona de conforto e lutar contra todas as barreiras que possam surgir com a mudança. Você terá que aprender a entender e aceitar as dificuldades e encontrar uma solução racional para elas.

Entrar no “modo Ação” não é sair fazendo tudo ao mesmo tempo e de qualquer forma, pelo contrário, é preciso ter foco e para caminhar é imprescindível saber para onde vai e quais são as melhores rotas. Ou seja, ter objetivos para focar neles e agir para alcançá-los.

O nosso momento é o agora e a busca do autoconhecimento é o nosso passaporte para o futuro, seja do âmbito profissional ou pessoal. Sem que déssemos conta, entramos para a História deste século por causa de uma pandemia, agora é o momento de sairmos da cabana para viver e escrever nossas próprios histórias.

Texto  escrito por Betto Alves

É jornalista, publicitário, especialista em Marketing Digital. Experiência em gestão e consultoria de projetos de comunicação offline e digital. Atua como professor na Esamc Campinas, nos cursos de graduação e MBA da instituição, nos eixos de negócios, comunicação e audiovisual. Especialista em desenvolvimento de treinamentos presenciais e em plataformas EAD. Ministrou palestras motivacionais para líderes e colaboradores em várias empresas, com foco Gestão de Pessoas, Marketing Digital, Reprogramação de Hábitos, Gerenciamento de Crise, Maximizar Resultados e Otimizar processos, dentre outras práticas pertinentes ao universo corporativo. Produtor de eventos com foco em Marketing e Empreendedorismo e Marketing Social. Atuação em grandes emissoras de TV locais, e nacionais, como Produtor Executivo, Redator, locutor, Repórter e Apresentador; Editor-Chefe e Diretor de Programas Ao Vivo. Concepção de programação para WebTV. No segmento impresso, atuou como repórter e jornalista. É professor do IBDEC desde de 2018, na área de Marketing Digital.

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